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Coluna - Lúcio Vânio Moraes

Relatos sobre Margareth “Uma mulher que fez história em Maracajá”

Na continuidade do projeto “Memórias de Margareth Maria Tomasi Rocha” as entrevistadas dessa semana são: Idiméia Maria Scarduelli Barcelos e Ione Scarduelli.

A Idméia Maria Scarduelli Barcelos, nascida em 30 de janeiro de 1958, natural de Maracajá, filha de Olávio Scarduelli e de donaAugusta Martinello Scarduelli (in memoriam), deu seus depoimentos sobre a Margareth Maria Tomasi Rocha, narrando as vivências que teve com ela no contexto da Apae de Maracajá, festas do colono, atividades religiosas e outros eventos no município.

Em entrevista no dia 14 de julho de 2025, disse que teve a honra de conviver com Margareth Maria Tomasi Rocha em diversos momentos marcantes no município de Maracajá. “Ela foi uma primeira dama muito atuante, com um espírito incansável de colaboração e um coração voltado ao bem comum. Margareth fazia mil coisas ao mesmo tempo e conseguia dar conta de tudo com uma dedicação admirável.”

“Estive com ela em algumas ações importantes, como nas iniciativas em prol da APAE. Eu e outras mulheres da comunidade, ajudávamos na realização de feiras de trabalhos manuais. Todo o valor arrecadado era revertido em melhorias para a instituição. Era a Margareth quem, com muito cuidado e atenção, utilizava esse dinheiro para comprar o que a APAE precisava: travessas, pratos, toalhas para as mesas, entre outros itens essenciais.”

Relatou que participou das confecções dos tapetes de Corpus Christi, uma tradição linda em que a Margareth era a principal responsável. “Ela coordenava tudo com muito cuidado, e nós ajudávamos na criação dos tapetes, momento que unia fé, arte e comunidade.”

Imagem: Idméia Maria Scarduelli Barcelos

Fonte: Arquivo digital de Idiméia Maria Scarduelli Barcelos

“Um momento muito especial foi em um aniversário do município de Maracajá, quando foi organizado um encontro de corais. Eu participei cantando com meu pai (Olávio Scarduelli), irmãos e amigos em um grupo de corais que tínhamos no município. Margareth, como sempre, estava à frente da organização e preparou um café para recepcionar todos os grupos. Havia muitos lanches e comidas feitos com carinho — e ela mesma fez todos os doces naquela madrugada anterior ao evento. Esse gesto traduziu bem quem ela era: dedicada, generosa, incansável.”

Vale lembrar que foi também a Margareth quem deu início, dentro da festa do colono, em 1989, a escolha da rainha e das princesas da festa. E eu tive a alegria de poder contribuir com esse momento, confeccionando as faixas das candidatas, algo que fazíamos com muito carinho. Na faixa a letra era feita com o uso de purpurina. Era trabalho manual e muito bonito.

A entrevistada finaliza afirmando que a Margareth foi uma mulher de caráter digno, extremamente responsável com tudo o que se propunha a fazer. Gostava das coisas corretas, organizadas e com propósito. Seu amor por Maracajá era visível em cada gesto e ação voluntária. Ela faz muita falta. Sua presença ativa, seu exemplo de cidadania e seu carinho pelo próximo deixaram marcas profundas em todos que tiveram a alegria de conviver com ela.

A VIDA DA MARGARETH NA MINHA CIDADE, PARÓQUIA, COMUNIDADE E NA MINHA VIDA

Ione Scarduelli, natural de Maracajá, também foi entrevistada por ter forte vínculos com a Margareth. Nascida em 06 de setembro de 1959, conheceu a Margareth quando ela era a noiva do Antenor Rocha (Tata). Contou que foi ao casamento do Tata e da Margareth em Jacinto Machado.

Ione Scarduelli foi funcionária pública estadual, cedida ao município de Maracajá na municipalização da saúde em 1989, na administração do prefeito Antenor Rocha. “Trabalhei por 32 anos na saúde em Maracajá como enfermeira”.  

Em seus depoimentos concedidos em 14 de julho de 2025, Ione disse que teve uma amizade linda de muitos anos com a Margareth! “Confidente uma da outra. Brincando, chamávamos de irmãs e isto pegou. Até hoje o seu filho Guilherme, continua a me chamar assim, “irmã”.

Na Apae, nas segundas feiras era nosso dia de se encontrar! Um grupo de mulheres voluntárias, que fazíamos muitos trabalhos manuais realizados e uma boa equipe formada por ela.

Nas Festas do colono, começávamos cedo, com ensaios das candidatas das 22 comunidades que formavam a Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Ela se dedicava muito com as moças e se comprometia até em levá-las de volta a seus lares. As gincanas simples envolvendo todas as comunidades, sempre de forma simples e participativas.

Imagem: Ione Scarduelli

Fonte: Arquivo digital de Ione Scarduelli

Não tem como falar da Margareth sem lembrar e comentar do seu amor e carinho para com as flores. Maracajá era cidade florida com seus lindos canteiros preparados por ela.

Um determinado dia eu estava plantando uma trepadeira no meu jardim. De repente, olhei minha irmã Marga chegando...e já falando que não era assim! Foi atrás de fio de cobre e com a pá na mão plantou meu pé de dipladênia rosa! E ali vejo ela naquela flor, sempre florida, encantando meu jardim!

Imagem: Dipladênia em sua residência que teve a ajuda da Margareth para o seu plantio

Fonte: Arquivo digital de Ione Scarduelli

Acompanhei a Margareth dando suporte na sua doença nos últimos 8 meses de sua vida. Quando ela descobriu a doença (câncer), me chamou e contou, dizendo que iria precisar de mim para fazer as medicações. Todos os dias eu aplicava as medicações em sua residência. Ela sofria calada. Me apeguei demais nela. Fui no dia de Natal fazer uma visita no hospital...e no dia 10 de janeiro de 2013 ela faleceu! Ficou pouco tempo no hospital. Em seu velório e sepultamento, nunca vi tanta gente que foram para prestar homenagens e forma de reconhecimento pelo que fez por Maracajá.  

As opiniões expressas nesta coluna são de responsabilidade exclusiva do(a) colunista e não refletem, necessariamente, a posição do Portal Folha Regional.

Lúcio Vânio Moraes - Historiador

Lúcio Vânio Moraes - Historiador

luciovaniomoraes@gmail.com

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